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Ainus: o povo indígena do Japão

No mês passado assisti uma série no Netflix chamado Golden Kamuy, um live action baseado no mangá de mesmo nome escrito por Satoru Noda que conta a história de um soldado japonês que é imortal (bem parecido com o Wolverine) e uma menina ainu. Este mangá vendeu mais de 10 milhões de cópias e ganhou o Grande Prémio de Manga em 2016.


Essa história me fez lembrar bastante da minha última viagem ao Japão onde aproveitei para conhecer a ilha de Hokkaido e conhecer um pouco sobre a história desse povo.




A origem do nome Ainu

Acho muito bonito o significado da palavra ainu, que significa simplesmente "humano". Imagine alguém perguntar o que você é, e você simplesmente responder - humano. Também eram chamados de ezo (蝦夷) pelos japoneses, que significa literalmente bárbaro.


Interessante que o nome antigo de Hokkaido era Ezochi, ou seja, "terra dos bárbaros", como é cantado na música Esashi Oiwake.



História

Os ainus ocupavam extensos territórios ao norte do Japão desde o período Jomon (14.500 a 300 AC), ou seja, há mais de dezesseis mil e quinhentos anos. Entretanto, a cultura expansionista japonesa, que também invadiu o reino de Ryukyu, fez o mesmo ao norte e foi invadindo e encurralando o povo ainu nas ilhas mais ao norte do país.



Cultura

A cultura antiga dos Ainu inclui uma linguagem única, crenças religiosas com base no profundo respeito pela natureza, danças tradicionais e rituais mágicos. O povo é animista, ou seja, creem que tudo na natureza possui um kamuy (espírito ou deidade).


Os Ainu também são artesãos habilidosos, principalmente na escultura em madeira e em bordados. Os homens costumavam não fazer a barba e as mulheres, depois de casadas, tatuavam a boca e as mãos.


Viviam em casas chamadas kotan, com um teto bastante alto e uma lareira central onde vivia a deusa do fogo, chamada Kamuy Fuchi. O fogo da lareira era considerada uma porta para o mundo espiritual, e era para onde ia as almas dos mortos.



O museu Upopoy

Pensando que existem diversos textos falando sobre os ainus, vou falar da minha experiência. No meu terceiro dia em Hokkaido, peguei um ônibus em direção ao interior da ilha e fui para Upopoy, onde existe um museu dedicado à preservação e divulgação da cultura ainu. Como um bom amante de museus, passei o dia inteiro lá.


O parque ao redor tem inúmeros kotans onde você pode entrar, ver como viviam e também participar de inúmeros workshops que mostram a fabricação de roupas e ornamentos em madeira. Ali mesmo na entrada, existe um restaurante onde você pode provar comidas tradicionais. De sabor bem leve e rico em peixes e legumes, eu amei a comida!!!


Além disso, durante o dia existem aproximadamente três apresentações de músicas folclóricas ainus (claro, fui em todas) e uma inclusive foi na parte externa, onde a líder do grupo, muito atenciosa e enérgica, veio conversar comigo e ficou super feliz de ver alguém do Brasil conhecendo a cultura ainu. Tiramos até uma fotinho juntos!


Em um próximo post, vou escrever um pouco sobre sua música tradicional e também sobre os instrumentos ainus que vi: o tonkori e mukkuri.



Fontes

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