Miyako é um conjunto de 5 ilhas que está localizado no sul da província de Okinawa, sendo uma das últimas ilhas do arquipélago japonês (depois dela só tem Yonaguni e Yaeyama). A Ilha sempre enfrentou condições naturais severas como tufões, secas e fomes, além de um sistema de impostos que durou cerca de 260 anos. Apesar dessas situações adversas, os habitantes viveram com força, vigor e alegria. Foi nesse contexto que surgiram suas canções.
Sob o duplo governo de Satsuma e Ryukyu, as dificuldades nunca foram guardadas individualmente, mas sempre enfrentadas coletivamente pela comunidade. Suas músicas foram desenvolvidas por puros agricultores e por isso possuem um ar simples e característico da ilha, além de melodias alegres e vivas.
As canções folclóricas de Miyako são diferentes das canções das Ilhas Okinawa e Yaeyama, com um forte caráter cultural popular e quase sem influência da poesia Ryuka (não seguem número de sílabas fixos), desenvolvendo-se de forma independente.
Apesar de pequena, possui uma rica cultura! Suas canções são divididas em 3 categorias: músicas antigas, canções divinas (shinka) e a música folclórica (minyo). A base das músicas de Miyako são essas canções divinas, músicas cantadas a capella que eram oferecidas aos deuses.
Originalmente eram cantadas a capella, sendo o sanshin incorporado nas músicas somente no século XX no pós-guerra (entre 1950 e 1960). Suas canções são cantadas na língua de Miyako, que são diferentes da língua falada na ilha principal de Okinawa e outras ilhas. Em 2009 entrou na lista da UNESCO como uma língua em extinção.
Algumas músicas famosas de Miyako são Nariyama Ayagu, Tarama Shonkane e Irabu Togani. E procurando informações para escrever esse post, cheguei a um artista jovem de Miyako que luta para preservar a música local. Inclusive seu último CD está no Spotify! Conversei com ele e foi muito simpático (vídeo abaixo).
Quem sabe visite a ilha em breve e possa contar algumas histórias!
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