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奄美三味線 - Shamisen de Amami

Amami é um conjunto de pequenas ilhas que se encontram entre Okinawa e Kagoshima, mas que de um ponto de vista administrativo faz parte da província de Kagoshima desde que foi invadida pelo clã Satsuma em 1609. Entretanto, por ter sido parte do Reino de Ryukyu, até hoje possui uma série de influências que vão da culinária até a música.


Por esse motivo, as músicas de Amami são tocadas por um instrumento idêntico ao sanshin de Okinawa, mas com algumas diferenças que vamos discutir a seguir. Apesar desse fato, os moradores da ilha chamam o instrumento de shamisen.



As diferenças do shamisen de Amami

Uma das principais diferenças com o sanshin são as cordas. Em Amami são utilizadas cordas amarelas muito semelhantes do shamisen japonês, que possui uma espessura mais fina e permite utilizar uma afinação muito mais alta que o sanshin, que utiliza cordas brancas e de espessura mais grossa. Isso vai de encontro com o canto do Shimauta (assim se chamam as músicas folclóricas da Amami) que são super agudas e inclusive os homens cantam com bastante falsete, algo único entre os estilos de música folclórica japonês onde o falsete não é utilizado.


A segunda diferença fica por conta do bati, que é o que se utiliza na mão direita para tocar as cordas. Enquanto que o shamisen japonês usa um plecto e o sanshin usa um chifre de boi ou búfalo, em Amami se utiliza um tipo de palito que pode ser de madeira, plástico ou casco de tartaruga. Esse "palito" bate no couro, dando uma percussão muito semelhante ao Tsugaru Shamisen.


Hoje na aula, Takeshita sensei estava me explicando que antigamente se usava de bambu, mas era muito frágil. E os feitos de bekko (casco de tartaruga) não se usa mais por motivos ecológico e também porque pode se quebrar com certa facilidade. Portanto, todos acabam optando pelo modelo de plástico.



Por fim, outras três diferenças são a digitação (no shamisen de Amami se usa o dedo anelar ao invés do dedo do meio), a escala musical é pentatônica, igual ao shamisen japonês, e atualmente, se utiliza o couro sintético ao invés do couro natural de cobra, pois além de mais resistente às batidas do bati, produz um som mais vívido e agudo.


Desde o início da pandemia tenho a honra de ter aulas online com a Kaori Takeshita sensei, filha do grande mestre de Shimauta, Kazuhira Takeshita.



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